A Homeopatia é lenta para agir?

Este é um dos vários pré-conceitos muito alardeados por todos que pensam em se tratar com Homeopatia. É tão freqüente, que “homeopaticamente” virou sinônimo de ” lentamente”. E repito: pré conceito é um conceito prévio que temos sobre algo que desconhecemos.

Mas será verdade? Em meus 20 anos de experiência, posso afirmar que não. Fui diretor clínico da Homeoclínica por mais de 10 anos. Era um pronto atendimento 24horas na Vila Mariana que atendia em regime de plantão pacientes que se tratavam com Homeopatia e não queriam procurar pronto socorros alopáticos. Não eram todos os casos que podíamos ajudar e alguns eram encaminhados a serviços tradicionais, seja pela gravidade e risco de vida envolvido, seja pela falta de resposta ao tratamento iniciado. Afinal, antes de tudo o homeopata é médico e deve analisar cada caso visando o melhor tratamento possível, até para não ser processado por omissão ou má práxis.

A maioria dos casos eram bem solucionados: crises de bronquite, de enxaqueca, de pânico, cólicas intestinais, febres súbitas, dores de ouvido ou garganta, etc… Ou seja, em um quadro agudo a resposta tem que ser rápida. Principalmente se o problema for funcional e não lesional. E se o paciente tiver sintomas raros e peculiares, bem modalizados e o médico for hábil para selecionar o medicamento adequado (o que é sempre subjetivo) e a energia vital do paciente estiver forte o suficiente para reagir, a resposta é rápida e segura.

Mas a maioria dos pacientes que procuram a homeopatia o fazem para tratar de doenças crônicas, que o incomodam há vários anos e não é comum que esse tipo de problema seja eliminado em pouco tempo.

Por exemplo uma mulher que sofra de TPM há anos, pode esperar que que suas menstruações se regularizem após alguns meses de tratamento, mas ela poderá perceber, caso o medicamento esteja bem elegido, que desde sua primeira mestruação, ela se melhor, mais bem disposta, com menos dor e menor irritabilidade. caso isto não ocorra, não seria por falha da Homeopatia e sim do médico, na escolha do medicamento.

Este é um erro comum. Quando determinado tratamento falha, temos o hábito de considerar que o método é o culpado e não o profissional que o aplica, seja ele homeopata, acupunturista, psicoterapeuta ou quiropata.

Ainda falando em tempo, muitas doenças demoram mais para serem solucionadas, e nem sempre podemos falar em cura, mas sim em deixar latente (e não manifesto) determinada predisposição. Alergias, enxaquecas, cálculos renais e várias outras patologias são herdadas dos pais (como válvulas de escape colocadas na panela por seus fabricantes) e vão permanecer “defendendo”a panela sempre que necessário.

O que procuramos fazer na Homeopatia, além de tentar diminuir o “fogo” (situações adversas que estão desencadeando as doenças/sintomas) é aumentar a resistência da panela e isso as vezes leva tempo e depende da vitalidade do paciente.