Tempos tecnológicos – uma orientação pessoal

Como homeopata, quase sempre sou consultado por pais e mães ansiosos a respeito do uso de computadores e joguinhos eletrônicos, iphones, ipads e ipodos, etc por seus filhos de diferentes idades.

As dúvidas variam de acordo com a idade de seus filhos. Mães de pré adolescentes e adolescentes me questionam a respeito de regras de utilização, como horários e limites para permanecer em frente a telinha, eventuais danos a visão, e possíveis consequências da falta de esporte e de diminuição dos relacionamentos reais (e não virtuais) entre as crianças.

Além das questões importantes sobre os limites de tempo e energia em qualquer área da vida em detrimento das outras  – a isso chamamos Equilíbrio, que é a essência do pensamento homeopático e vitalista de maneira geral – devemos somar a preocupação com forma e com o conteúdo dessas viagens virtuais.  Ensinar aos filhos como navegar com segurança, sem colocar de forma escancarada sua privacidade, exige muitas conversas, as vezes até com a ajuda de especialistas ou de matérias específicas que alertam para o mau uso da net.

Alguns pais também se preocupam com a linguagem, ou a ausência de linguagem nos textos telegráficos com abreviações e distorções de palavras  para conseguir mais velocidade de digitação. Outros ainda me perguntam se o acesso deve ser vigiado ou coibido para minimizar as chances de acesso a sites pornográficos ou de ideologias esquisitas e se os pais podem ou devem acessar os facebooks dos filhos para descobrir com quem e sobre o que eles ficam falando tantas horas por dia. Ufa, cada uma dessas questões daria para escrever um artigo.

Para sintetizar eu posso apenas recomendar que os pais procurem conhecer os filhos mais e melhor. Que aproveitem todas as oportunidades de convívio para conhecer suas idéias, seus valores e o julgamento que fazem deste ou daquele assunto. Entender seu filho “realmente” ajuda a a tranquilizar  os pais  sobre as preferências virtuais dos filhos. Equilíbrio nos horários, ajuda o filho a se organizar, deixando tempo para os deveres de escola (sempre em primeiro lugar), as atividades extra-curriculares, a leitura prazeirosa (sempre estimule!!!) e o próprio descanso, que muitas vezes é relegado a último plano.

Por último gostaria de dar uma palavrinha aos pais de filhos pequenos de dois, quatro, seis ou oito anos. Tenham um certo cuidado ao presentearem seus filhos com eletrônicos tão caros, tão potentes para divertir, distrair e hipnotizar seus pequenos. Seus filhos não tem essa necessidade. podem ter o desejo de brincar de vez em quando com eles, mas não o necessitam. Uma educação de qualidade se faz com presença de pessoas e não de objetos. A presença destes não compensa a ausência daqueles.

Seu pequenos filhotes precisam muito fazer amizades reais, brincar usando a imaginação, aprender a lidar com frustrações que não se resolvem num click, enfim, precisam se preparar para viver a vida real e não se adestrar para virar campeões de joguinhos ou se exibir com novos sites e brincadeiras que eles já fazem.

Mas tudo isso é apenas a minha opinião. Ainda não há verdades estatísticas a respeito dos benefícios e malefícios do acesso tão precoce  a esse mundo gigantesco, onipotente e onipresente.  Espero ter ajudado.