Adolescência: êta fase difícil…será?

Meus filhos estão chegando na adolescência! Estou preocupado? É claro! Na verdade um pai sempre se preocupa com seus filhos. Infelizmente, muitos o fazem de longe, enquanto trabalham e dão o melhor de si no campo profissional, que dominam, e que acreditam, é a melhor maneira de ajudar seus filhos…mas será que é isso mesmo?

A fase da adolescência, cujo início é muito variável, já que depende biologicamente da puberdade e psico-emocional-socialmente de todas as influências que recebem do meio ambiente, é essencialmente uma fase de transição. E essa é uma grande notícia! Pena que eles não sabem… mas a gente, que é pai,  têm a obrigação de saber.

Na infância (pena que já passou) eles eram pequenos e fofos, e nos tinham como modelos e/ou heróis, totalmente inconscientes de nossas fraquezas e imperfeições, de nossas ansiedades e angústias. Eles nos amavam incondicionalmente, o que era maravilhoso.

Agora o amor existe da mesma forma, mas está escondido, ou melhor, guardado na gaveta, enquanto eles nos avaliam melhor e começam a ter idéias diferentes, questionamentos e opiniões próprias.

Na verdade, nós ficamos em segundo plano, enquanto eles procuram aprender quem são, o que gostam em si mesmos e o que gostariam de mudar. Eles estão mais centrados e preocupados consigo mesmos do que conosco. Mas isso não é ruim. é bom! Parece ruim, mas é bom!

Crescer depende de começar a pensar por si mesmos, terem mais independência e mais responsabilidades. Isso inclui desde participarem dos deveres como adquirirem mais direitos. Um sem o outro desmerece o valor dessa fase tão rica. Esta é a fase em que tudo está crescendo!

A começar pelo corpo. Os meninos ficam meio desengonçados, o nariz cresce, a voz muda, o corpo enche de pêlos e a cara enche de espinhas. Mas tambem ficam mais fortes, mais ágeis, mais confiantes e mais ligados. Com o aumento de seus genitais, aumenta também o interesse deles pelo sexo oposto.

As meninas fica mais altas, os quadris ficam mais largos, os pêlos surgem nas axilas e no pubis e os seios aumentam de tamanho até chegar a primeira menstruação e o interesse nos garotos. Aumenta a vaidade, a comparação. Nos dias de hoje parece mais uma corrida, uma competição. Por quantidade e por precocidade.

A mídia (TV, internet e por que não, as redes sociais) passa a atrair muito mais atenção e  a ter mais valor do que os bons e velhos (isso mesmo, velhos) pais. Isso é bom. Parece ruim, mas é bom. Eu acho!

É aí que vem o meu recado, como médico homeopata e como pai: seus filhos estão atravessando uma fase de insegurança, uma fase rica em novidades e de transformação de valores e de atitudes. Querem ser reconhecidos e admirados pelos amigos, e buscam pertencer a alguma tribo com a qual se identifiquem.

As vezes esse processo é doloroso, pois podem não estar felizes com o que o espelho mostra, ou não conseguirem ser aceitos, não ter sucesso em suas primeiras aventuras fora de casa. Voce tenta chegar perto, mas eles não te dão bola…as vezes até te rejeitam. Aí a coisa pega: Você pode optar por ficar sentido e fazer bico ou por arregaçar as mangas e participar.

Se você preza seus filhos e confia na educação que deu a eles desde pequenos, saiba que chegou a hora de ajudá-los nessa fase e de fortalecer sua relação com eles. Não escolha brigar, impor regras e querer discutir que manda no pedaço. Não adianta mais querer explicar tudo para eles. Muitas das informações que eles precisam ter estão no Google!!

Mas a formação continua em casa. O amor incondicional, porto seguro para quem busca aceitação, está em casa. O respeito e a compreensão que eles precisam ter para discutir e dialogar se aprende em casa para poder usar lá fora.

Meus filhos vão querer mais espaço. mais liberdade. Vão confrontar nossas verdades com as deles. Vão querer ir sozinhos às baladas e negociar os horários para voltar para casa. Vão exigir confiança. O termo exigir, não foi acidental. E eu e a Ruth vamos ficar nos preocupando se eles estão bem. Parece ruim, mas é bom!